quinta-feira, outubro 08, 2009

bande à part



Já que o mês de outubro teve sua estréia com o cinema francês, vou fazer o "esforço" de dedicar o mês inteiro à França.

Nada mais justo, em se tratando do "Ano da França no Brasil". Assuntos não vão faltar: cultura, joie de vivre, lingua, ícones, música, cinema entre outros podem ser muito bem explorados.

E por falar em cinema, a Nouvelle Vague parece me perseguir nos utlimos dias...Hoje saiu uma pequena matéria no jornal (no caderno Cultura e Diversão) sobre a Nouvelle Vague, quelle coincidence! Oui, oui!

Tudo porque o Canal Brasil também prestará homenagem ao cinema francês: todas as sextas-feiras serão exibidos filmes clássicos da Nouvelle Vague até dia 1°de janeiro. Bacana para quem quer começar a apreciar o cinéma d'auteur!

As exibições acontecerão à 0h45 das sextas-feiras e terão reprises no sábado seguinte às 18hs e domingo às 7h30. Ainda bem! Porque para quem trabalha duro a semana inteira, fica difícil se concentrar em filmes tão densos depois da meia-noite (bom.. digo por mim, que morro de sono!)

Quem não quiser se aventurar pelo cinema e ainda assim quiser ficar por dentro do universo Nouvelle Vague, ou melhor pela onda nova... Pode pegar um atalho na música, com a banda que leva o mesmo nome do movimento: Nouvelle Vague.

Em primeiro lugar, espero que não se cansem de tantos Nouvelle Vagues... Mas, é como falar sobre bossa nova e não repetir a bossa nova quinhentas vezes! Porque o próprio nome vem carregado de significados.

Mas, voltando à música.... Nouvelle Vague é um projeto musical concebido por dois caras (Marc Collin e Olivier Libaux) que inspirados pelo movimento do cinema francês da década de 60 criam e recriam músicas dos anos 70 e 80.

Eles não cantam e para isso têm um grupo de estrelas, ainda não descobertas, que dão bossa às novas interpretações. Ahn? Bossa? Calma! Eu não estou louca... O grupo é tão legal que resolveu juntar a filosofia francesa com a bossa brasileira...

Segundo o próprio Collin, a intenção de juntar grandes cantoras iniciantes à novos arranjos é levar algo novo e fresco ao público (isso te lembra algo?)

Não satisfeitos com o nome do grupo, deram o título de "Bande à part" ao segundo cd, de 2006, mesmo título de um dos filmes de Godard

Voilà! Músicas deliciosas para ouvir a qualquer hora, em qualquer lugar.

segunda-feira, outubro 05, 2009

nouvelle vague


Para retomar a rotina em grande estilo: Nouvelle Vague.

Se ainda não tem certeza do que se trata, já deve ter ouvido falar.
Não? Nada na cabeça?
Então... você já ouviu falar em François Truffau ou Jean-Luc Godard.
Ainda não?

Se já curitu Legião Urbana, em algum momento da sua vida, conhece "Eduardo e Mônica". E a Mônica, por sua vez conhecia Godard.
Ahn?
Não, ela não conhecia, mas queria ver o filme... "o Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard"

Se você não se encaixa em nenhuma das alternativas anteriores, está na hora de ouvir falar sobre a Nouvelle Vague.
Ao pé da letra: nova onda. Ou se tropicalizarmos a expressão, seria como uma bossa nova.

A Nouvelle Vague foi um movimento do cinema frânces que visava derrubar as barreiras dos estúdios a fim de filmar a vida como ela é (ou melhor, era - na década de 60).
Entre os grandes nomes do movimento: Jean-Luc Godard, François Truffaut, Alain Resnais, Jacques Rivette, Claude Chabrol.

Os jovens e revolucionários cineastas queriam mostrar uma nova arte, a arte de filmar o simples, sem apelo comercial. E o simples não estava dentro dos estúdios.
E o deslocamento só foi possível porque as filmadoras da época tinham acabado de evoluir para modelos mais flexíveis e modernos, facilitando a gravação em ambientes externos.

Não satisfeitos com a maior liberade de filmar, os revolucionários cineastas praticamente excluiram o papel do roteirista a fim de poderem filmar e dirigir o que eles tinham em mente, sem nenhuma amarra. Adicione atores desconhecidos ao preparo e você tem um cinema novo. Com novas alternativas e novo espaço para a criatividade, deixando de lado a arte pelo comercial e fazendo arte por arte.

Adoro esse discurso de arte por arte.
É o que todos os grandes artistas fizeram, dando uma prévia do que estava por vir.
Nunca os compreendemos no momento certo.
Quantos dos grandes pintores ganharam dinheiro em vida? Picasso e outros poucos.

Por isso escolhi falar de Nouvelle Vague - que foi, primeiramente, tema escolhido para minha aula de francês - e eu gostei tanto do assunto que resolvi compartilhar.

Compartilhar e abrir uma brecha para poder falar sobre a arte, também vista nos filmes.
Digo grandes filmes, que normalmente não dão grandes bilheterias.
Afinal de contas, nós - grande público - não conseguimos compreender tudo.
Mas, podemos compreender que aquilo é grande, é diferente e é sutil.

Como os outros grandes artistas, os cineastas da Nouvelle Vague estavam muito à frente de sua época e o movimento não vingou. Mas deixou toda a filosofia para que cineastas de hoje pudessem se inspirar, entre eles: como Robert Altman, Francis Coppola, Martin Scorsese.
(Daí, peço licença poética para incluir Pedro Almodóvar, que adoro!)

Confesso que tenho pouquíssimo conhecimento sobre cinema, mas sei que as obras da Nouvelle Vague devem ser vistas com um olhar especial e devem ser apreciadas pelo que está por trás de tudo aquilo.
São clássicos do cinema.
Cinema novo.