terça-feira, janeiro 19, 2010

penélope



O primeiro post do ano foi dedicado ao Rio. Lê-se destino top 5, com todos os pré-requisitos (praia, astral, festa, modo de viver, clima, comida e pessoas) devidamente preenchidos.
Se o assunto da vez é cinema, a história não podia ser diferente...
Teria que começar com o top 5 do cinema atual. E como não quero fazer feio, começo com a musa, Penélope.
Já deveria ter dedicado um post a ela. Mas, faltava a oportunidade certa.
Semana passada, já atrasada, fui correndo comprar a minha Bravo! de janeiro¹. E adivinhem quem estava na capa...
¹Abre parêntese para a Bravo!
É muito difícil fugir das edições seguintes da Bravo! uma vez que você começa a ler. A revista é deliciosa e se torna indispensável, a medida que nos apaixonamos por ela. As peças da vez, o cinema de verdade, os autores e livros que valem a pena, música e arte em geral esmiuçados por gente que entende da coisa.

Voltando a capa da Bravo!.. lá estava ela: Penélope Cruz.
Se você nunca viu Penélope como Penélope, digo como musa do cinema atual; é porque ainda não a viu em filmes do Almodóvar ou em Vicky Cristina Barcelona.

A minha história com ela, começa com uma birra muito grande. O primeiro filme que vi, com ela, foi o "Sabor da Paixão". Mas, por favor, delete este título da sua cabeça para não ter o perigo de assistir algo tão horroroso... Aliás, eu não sei que mania é essa de produtoras e diretores americanos tentarem fazer filmes "brasileiros" com roteiros, personagens e idioma que passam longe do que temos por aqui.

Depois vieram alguns outros filmes, americanos, e eu ainda não tinha encontrado a verdadeira Penélope em nenhum deles. Acho que ela não combina com filmes, papéis, diretores que não tenham a ver com ela. O personagem precisa de ter algo dela e o diretor tem que enxergar isso.

Bom, Almodóvar enxergou. E a tornou sua musa.
O últimos papéis dela em filmes como Volver e Abrazos Rotos são incríveis. E ninguém a não ser ela, poderia interpretá-los. A verdadeira alma espanhola está nela, na sua essência, na sua beleza (tão espanhola), na sua língua, nas suas expressões.

E não faltam adjetivos à Penelope, quando como elam mesma.
Tanto é que Wood Allen não deve ter encontrado ninguem melhor do que ela para dar vida à louca María Elena, em Vicky Cristina Barcelona. Se ainda não viu, não perca a chance de entender o porque do Oscar de melhor atriz coadjuvante à Penélope. Ela simplismente roba a cena das atrizes principais. As deixa, literalmente, no chinelo.

Alodóvar entendeu isso, Wood Allen também e Javier Bardem não ficou para trás. Chamou Penélope para ser seu par romântico na vida real (aliás, adoro ele e adoro o casal!).

Então, me tornei fã de carteirinha da Penélope.
E se os filmes espanhois ou filmes "almodóvar" são a melhor tradução do cinema de qualidade de hoje, não há como contestar que o lugar de musa, diva do cinema é da Penélope.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

com o pé direito



Já que no Ano Novo nos permitimos algumas superstições, entrar com o pé direito é fichinha...

Agora...
Fichinha mesmo seria se esse pé direito não estivesse sob as areias de uma linda praia, iluminada pelos trajes brancos de quase 2 milhões de pessoas com uma única intenção: esperar a virada de um novo ano com boas e novas vibrações.

Se ainda não deu para sacar de que praia estou falando, basta incluir na descrição que se trata da maior festa de reveillon do mundo! E esse título é mesmo incontestável quando sentimos na pele (literalmente, arrepiada) a emoção de 18 minutos de fogos ininterruptos combinados com uma trilha sonora muito especial...
Em noite de ano novo (em Copacabana) coisas impossíveis acontecem.
E se ainda tinha alguma dúvida de que Deus é brasileiro, não tenho mais.
Depois de dois dias inteiros de chuva sem parar, o ceú ficou claro horas antes da meia-noite e deu espaço para que milhões de pessoas pudessem apreciar o espetáculo.

Ok. Vamos combinar que no Rio já é um espetáculo de graça.
Ele não precisa fazer muito esforço para ser lindo, deslumbrante.
E como o espetáculo é de graça, não há quem se intimide com uma chuvinha fina e insistente nem em dia de ano novo.

Bem, eu e as pessoas que mais amo no mundo estávamos dispostas a receber o ano novo nas areias de Copacabana de qualquer jeito, com ou sem chuva.
Mas, o céu abriu espaço para que o ano novo entrasse com tudo o que tem direito.
E o ano novo tem direito de entrar por Copacabana.

Copacabana recebe o novo ano de braços abertos.
É lá que se reunem todas as cores, nacionalidades, religiões, idades, ideias e desejos.
Indescritível.

E como é indescritível, basta concordar em gênero, número e grau com Ricardo Freiere quando afirma que "assim como todo muçulmano em algum momento de sua vida precisa empreender uma viagem a Meca, todo brasileiro deveria passar um Reveillon em Copa".

Então, quando é que você pretende ir à nossa Meca?

foto mm